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segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Domingo foi o dia dos benditos malditos e malditos benditos!



É isso aí, meu elenco! E segue a fita! Domingo que passou foi dia de malditos. Ou benditos, como queiram. De Tetê Mattos com seu curta “A Maldita”, sobre a Fluminense FM, rádio que rompeu com os padronizados mercados de música estrangeira, dando início à chamada geração Rock 80, com irreverência, ousadia e criatividade na programação. Na tela, depoimentos de jornalistas, artistas, locutores e ouvintes. Na platéia, outro maldito: o roqueiro Serguei. Muito bom de ver e de ouvir.

Logo depois, outra bendita que quase virou maldita: “Rita Cadillac – A Lady do Povo”, documentário dirigido por Toni Venturi (diretor do elogiadíssimo Cabra-Cega, 2005), onde a ex-chacrete se desnuda de corpo (e que corpo!) e alma, contando que para sobreviver, depois da morte do Velho Guerreiro, fez até programas. Conta de suas aventuras no garimpo de Serra Pelada, de seu romance com o rei Pelé e de suas apresentações gratuitas no complexo do Carandiru (SP). E de que quase virou maldita por ter feito filmes de sexo explícitos para a série “As Brasileirinhas”. E avisa: vem aí como candidata a um cargo eletivo na próxima eleição.

Paulo Caldas e seu “Deserto Feliz” mostram em imagens cruas e às vezes esmaecidas o tráfico de animais e exploração sexual de meninas no interior nordestino. Destaques para Nash Laila, a protagonista, Zezé Motta, João Miguel (Estômago) e Hermila Guedes (O Céu de Suely).

A Idade da Terra, de Glauber Rocha. Baseado num poema de Castro Alves, este clássico do cinema brasileiro traça um amplo painel da vida e da política no Brasil na passagem da década de 70 para a década de 80, através da metáfora do Terceiro Testamento dos Quatro Cristos-cavaleiros do Apocalypse. O filme foi totalmente restaurado, dentro da mostra Tesouros da Cinemateca, do 9° Festival do Rio. Na platéia os emocionados Tarcísio Meira, Antônio Pitanga e Ana Maria Magalhães, atores deste último filme de Glauber, além de Paloma Rocha, filha de Glauber e dona Lúcia Rocha, mãe do cineasta. Uma benção para quem viu tudo (160 minutos). E um milagre para quem entendeu tudo. Porque a obra de Glauber não é para ser entendida e nem compreendida. É para ser absorvida!

Corta!

Rolo

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