Lá vamos nós de novo saber o que está acontecendo na cena cultural do Rio. E é na cena mesmo: riocenacontemporânea 2007, que em sua 8ª edição, apresenta espetáculos de teatro, performances e dança, vídeos, instalações e acervos em exposição de várias partes do Brasil, América Latina e outros países do mundo. Uma parte dos eventos acontece lá no Centro Cultural da Ação da Cidadania, na zona portuária do Rio. E a grande atração desta edição é a Uzyna Uzona, projeto do polêmico, divertido e septuagenário diretor Zé Celso Martinez Correa, um senhor que durante toda sua carreira, nunca se acomodou na estrutura estabelecida da profissão de artista. E a maior prova disso é que seu grupo, o cinquentão Teatro Oficina, apresenta neste festival sua adaptação de Os Sertões, de Euclides da Cunha. Dividida em cinco partes de seis horas cada (é, cada espetáculo dura 6 horas!), esta “ópera” mostra a história de Canudos, cidade do sertão baiano, onde Antonio Conselheiro fundou um movimento sócio-religioso, reprimido militarmente, que durou de 1893 a 1897. E nessa montagem, Zé Celso sabe o que faz. Ou não sabe. Mas deixa acontecer. Um elenco de 57 atuadores (como ele mesmo diz) cria um quadro político, econômico, cultural e social da época, onde o governo não estava nem um pouco interessado em saber como estava o povo do sertão. A República tinha sido proclamada quatro anos antes, Floriano Peixoto, seu segundo presidente, estava entregando o cargo a Prudente de Morais. E os sertanejos não contestavam o novo regime, apenas não estavam satisfeitos com a cobrança exagerada de impostos para o governo, que não lhes dava nada
Palavra Sinistra é um blog que trata de assuntos como direitos humanos, relações raciais, cultura, política, teologia, humor, motociclismo, viagens, etc. O nome vem de uma brincadeira com a palavra italiana usada para designar tanto quem é canhoto (como eu), quanto quem está à esquerda politicamente (como eu, também).
domingo, 7 de outubro de 2007
riocenacontemporânea 2007: Quem tem medo do Zé Celso?
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Um comentário:
Valeu, Rolo, Zé Celso é puro macunaíma recondicionado por Dionísio com uma dose extra de eros em formato infantil. Legal!
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