Páginas

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Haiti - País pobre sofre sua pior tragédia



País mais pobre das Américas, um dos mais pobres do mundo, o Haiti praticamente acabou vitimado por um violento terremoto. Os números são desencontrados, alguns falam em 50 mil, outros em 100 mil e alguns em números muito maiores de vítimas desta tragédia que inaugura o ano de 2010.

O Haiti é um país formado por negros que, uma vez rebelados, constituíram o país e, há mais de 200 anos lutam para fazer desta ilha, localizada no Caribe, um país decente para sua população. Não tem sido fácil no entanto. A história do Haiti é marcada por golpes, brutal violência entre distintos grupos, ditaduras abomináveis e uma total indiferença da comunidade internacional explicada, muitas vezes, pelo racismo e pelo real incômodo de ver uma país formado por negros rebeldes florescer em pleno continente americano.

Nas últimas horas, no entanto, a comunidade internacional tem reagido de forma solidária ao Haiti. Países de todos os continentes têm enviado ajuda. Se é muito, só saberemos mais à frente, mas efetivamente 3 milhões de pessoas foram diretamente atingidas pelo terremoto e praticamente toda a infra-estrutura do pais, que já era precária, não existe mais.

Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti ou MINUSTAH (sigla francesa para  Mission des Nations Unies pour la stabilisation en Haïti), comandada pelo Brasil tem sido a linha de frente no resgate e na tentativa de manutenção da ordem do país neste momento. As mortes de estrangeiros são muitas, do Brasil, além dos soldados da Minustah, é marcante a morte de Zilda Arns, responsável pelo trabalho de combate à desnutrição infantil da Pastoral da Criança e irmã do Cardeal Arcebispo Emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns.


Os meios de comunicação começam a informar que cientistas americanos alertaram os governos de Haiti e República Dominicana - os dois países da ilha Hispaniola - sobre o risco extremo de um terremoto devastar a região. O alerta foi feito durante uma Conferência de Geologia em Santo Domingo, na República Dominicana, em março de 2008. Ou seja, a tragédia com certeza não seria evitada mas poderia minimizada caso houvesse o mínimo de responsabilidade dos grandes líderes mundiais e do próprio governo haitiano com seu povo e seu país.


Um jornal internacional estampa a manchete chamando o Haiti de um país sem sorte. Mas a verdade é que a sorte, ou a falta dela, é o que menos importa no cenário das nações. O Japão é um país constantamente atingido por terremotos e conseguiu ao longo de décadas construir uma infra-estrutura e educar seu povo para resistir a este tipo de acidente. No Caribe este assunto não é tratado pelos governos locais e no caso haitiano os problemas são tantos e tão graves que este seria apenas mais um, não fosse a força da natureza a chamar a atenção para si.


O Haiti acabou. Deverá ser reconstruído aos poucos. O povo já sofrido, passará agora a viver com o trauma que um evento como este costuma provocar. A comunidade internacional será obrigada a olhar o país de outra forma e, nós, negros e negras da diáspora talvez tenhamos que pensar em ir além do sentimento de solidariedade. Reconstruir o Haiti deverá talvez, ser algo talvez que nos envolva a todos e todas. Que nos faça refletir como podemos colaborar, talvez constituindo um fundo internacional, talvez formando missões que visitem o país, talvez desenvolvendo ações diretas no território haitiano, enfim, algo precisaremos fazer e deveremos refletir sobre isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

nossa,pior que isso é horrivel mesmo!!