No próximo dia 5 de março o Supremo Tribunal Federal julgará a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3510, que questiona a Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05, artigo 5º) em relação ao uso de células-tronco de embriões humanos para fins de pesquisa e terapia.
A ADI foi proposta em 2005 pelo então procurador-geral da República, Claudio Fonteles. Na ação, ele defende que a vida acontece a partir da fecundação e ressalta que “o embrião humano é vida humana” e pede, assim, a inconstitucionalidade do dispositivo que permite o uso dessas células em pesquisas.
A ADI foi proposta em 2005 pelo então procurador-geral da República, Claudio Fonteles. Na ação, ele defende que a vida acontece a partir da fecundação e ressalta que “o embrião humano é vida humana” e pede, assim, a inconstitucionalidade do dispositivo que permite o uso dessas células em pesquisas.
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A miocardiopatia dilatada é uma doença cardíaca séria e extremamente grave. O coração, que é um músculo do tamanho de um punho, consegue ter mais de 20 doenças diferentes. Todas sempre muito sérias, e a miocardiopatia dilatada está entre elas. Conhecida popularmente como coração de boi, a miocardiopatia dilatada, como o nome diz, dilata o coração, faz com quele fique grande. Com isso ele perde força e gera insuficiência cardíaca, provocando no paciente dores, cansaço, dificuldade para respirar e fraqueza.
Há quase dois anos eu me descobri portador de miocardiopatia dilatada. Neto de avó vítima da doença, filho de uma mãe que infartou e morreu aos 55 anos, saber que eu era um miocardiopata foi como um soco no estômago. De repente eu, que nunca tive problemas sérios de saúde me vi limitado, fraco e o pior com perspectiva curta de vida. A doença é mais radical em homens, jovens e negros. E, coincidentemente eu sou homem, negro e jovem. Lendo sobre o assunto descobri que nos casos como o meu entre 2 e 5 anos, 70% dos pacientes morrem. Mas preferi ver o lado bom, é que 30% sobram e pretendo estar entre eles.
Há quase dois anos eu me descobri portador de miocardiopatia dilatada. Neto de avó vítima da doença, filho de uma mãe que infartou e morreu aos 55 anos, saber que eu era um miocardiopata foi como um soco no estômago. De repente eu, que nunca tive problemas sérios de saúde me vi limitado, fraco e o pior com perspectiva curta de vida. A doença é mais radical em homens, jovens e negros. E, coincidentemente eu sou homem, negro e jovem. Lendo sobre o assunto descobri que nos casos como o meu entre 2 e 5 anos, 70% dos pacientes morrem. Mas preferi ver o lado bom, é que 30% sobram e pretendo estar entre eles.
Para tratar a miocardiopatia dilatada temos uma série de remédios, em casos extremos o transplante de coração e agora, com um êxito extraordinário em quem já se tratou, as células-tronco. Eu mesmo estou inscrito no programa com células-tronco do Hospital do Coração de Laranjeiras, aguardando ser chamado. É incrível como esse tratamento tem sido bem-sucedido e com muito menos problema que o transplante. Portanto, é um caminho a ser seguido.
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A partir de amanhã assistiremos a um julgamento histórico. De um lado, homens e mulheres que são considerados os mais doutos conhecedores do saber jurídico. São os melhores entre os melhores, os juízes do Supremo Tribunal Federal. De outro lado, os bispos católicos que, com o pensamento ainda no século XIX acreditam que a vida começa na concepção e que, portanto, as pesquisas com células-tronco embrionários devem ser suspensas. No meio disso tudo, uma linda mulher: Mayana Zatz, geneticista e diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano (USP), a maior especialista brasileira no assunto e uma defensora incondicional das pesquisas.
Com a decisão a ser tomada amanhã, pessoas como eu, pessoas com deficiência física, pessoas que sofreram derrame, que sofrem do mal de Alzheimer, entre tantas outras doenças degenerativas conquistarão a possibilidade de ter melhor qualidade de vida, mesmo ainda tendo que conviver com suas doenças. Como já disse a doutura Mayana Zatz em várias entrevistas, o tratamento com células-tronco não é milagroso, mas aponta a possibilidade de grandes melhorias em vários casos.
A Igreja Católica, com sua postura anacrônica, mais uma vez se coloca contra a evolução do pensamento humano e não percebe que valorizar a vida é, antes de tudo, valorizar os que estão vivos. Portanto, tudo que esperamos é que o Supremo amanhã, pela valorização da vida, pela qualidade de vida das pessoas doentes, vote a favor das pesquisas e permita que o Brasil, liderado por pessoas como a doutora Mayana Zatz possa ser ponta nessa vertente tão poderosa da biotecnologia.
4 comentários:
É maravilhoso ver que Deus permite que o homem descubra os milagres da vida. A cura de diversas doenças através de células tronco é um milagre que Deus permitiu ao homem descobrir. Eu vejo assim. Me incomoda a hipocrisia e a falta de amor...de amor...de alguns. Ana-RJ
Eu discordo do tom dado ao texto.. O assunto não é tão simples assim.
É multifacetado, envolve moral, amor ao próximo, ética e outras questões pungentes.
É limitado e desrespeitoso tratar como "avanço" ou " obscurantismo", esses rótulos são um desserviço e empobrecem o debate.
Agora, acho que o debate (limpo), a divergência (respeitosa), a troca de valores, idéias e experiências tem de haver mesmo, para a construção de um bem coletivo.
Como militante de direitos civís e respeito racial Márcio, deveria ter uma visão mais moderada, branda, afetuosa e conciliadora. É bom militar, está certo...mas sem jamais perder o foco no humano.
"Há de se endurecer sem perder a ternura" - Che Guevarra
Cristina - RJ
Marcião,passei aqui irmão...A matéria ficou ótima.Saúde e força a nós.Estou com vc nessa,literalmnente...rs..Vc sabe!!!
Abraços
Vlamir Pereira
A questao das células humanas, ja estao há muitos anos sendo tratadas no Brasil.
Somos cobaias de médicos do mundo inteiro, que queiram viver situacoes de guerra à sangue frio.
O Autor do texto desconhece provavelmente a guerra pelo controle dos genomas dos mortos vivos no Brasil.
O desespero dos brasileiros em receberem um bom tratamento médico, leva a essas loucuras de submeterem os próprios corpos aos vampiros.
axé
marcos romao
www.mamaterra.de
axé
marcos romao
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